quarta-feira, 26 de setembro de 2007

macacos me mordam!


(em off: levanta, sacode a poeira e volta a postar nesse blog!)


macacos me mordam!
ou será que eles são só macacos de imitação?
(por ana fonseca)

vem aí, mais uma vez, o tiiiiiiiiiiiiiiim festival *imita a irritante voz do locutor dos comerciais* trazendo as "novidades" do cenário musical mundial e, entre elas, esses ingleses harrypotterianos de cerca de vinte anos de idade e com muitas espinhas na cara: os arctic monkeys.

sei dizer que eles são exemplo constante de como a divulgação via internet nos dias de hoje pode colocar uma banda no mapa. ou seria no mercado? os arctic monkeys, certamente, agora estão tanto no mercado como no globo terrestre e isso explica a visitinha ao brasil no próximo mês de outubro.

taxados de "hype" achei melhor conferir por mim mesma. essas coisas "hype" são relativas demais, ainda mais para alguém que, mesmo tendo apenas vinte e dois anos, se "bandeia" mais pro lado do classic rock - se é que podemos chamar assim! - do que pras novas tendências.

logo de cara achei a proposta um tanto quanto "descartável". até o que é supostamente "novo" já começa a ficar saturado, não é mesmo? na onda do franz ferdinand, do killers e dos strokes - que já não são novidade pra mais ninguém, convenhamos - vêm os arctic monkeys com letras adolescentes e melodias de refrão-grude e cadência mais acelerada que pretendem, sobretudo, fazer com que nossos pés não consigam ficar parados ao mesmo tempo em que nossas cordas vocais reproduzam fielmente alex turner - de voz fanha - canta. pra mim, o típíco caso do "ouve muitas vezes que você acaba gostando".

no entanto, o que há de mais impressionante - além do fato deles serem mais novos que eu e, certamente, muito mais ricos - é essa "prova" de que há mais e maiores possibilidades de se mostrar um trabalho musical de maneira bem sucedida do que batendo de porta em porta nas gravadoras. os caras gravaram na garagem de casa, disponibilizaram o som no myspace e... boom! o disco de estréia da banda, “whatever people say i am, that’s what i’m not”, lançado em 23 de janeiro de 2006 no reino unido, bateu um recorde de vendas histórico, tornando-se o álbum de estréia com a venda mais rápida da história do rock. e em abril desse ano eles soltaram "favourite worst nightmare", álbum super bem recebido e comentado do qual o clipe aí em cima, "brianstorm" (é "brianstorm mesmo, hein. não foi um erro da pseudo-jornalista não!), faz parte.

ponto pra eles. a primeira batalha, a de se fazer conhecido, já foi vencida. resta saber se os arctic monkeys são mais uma da leva de bandas descartáveis que a era da superinformação cria e derruba em questão de momentos. as fãs enlouquecidas que povoam as comunidades do orkut sobre os ingleses garantem que não. mas, quem há de saber? em sua maioria, elas não têm mais que quinze anos.



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os arctic monkeys se apresentam no rio de janeiro em 26/10, na marina da glória. o preço dos ingressos é "salgadinho", R$ 180,00 e as vendas começaram em 27 de agosto! mas a organização do festival afirma que ainda há ingressos, exceto para a cidade de são paulo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

novos horizontes.





novos horizontes: aquele sentimento que era passageiro não acaba mais.

engenharia hawaiana, novo álbum e show nos palcos cariocas, até que enfim!
(por ana fonseca)

"os estudiosos ainda não sabem com certeza se a engenharia hawaiana é arte, ciência, religião, esporte ou falta do que fazer. mas numa coisa todos concordam: ela é mais velha do que se pensa e nasceu da necessidade do ser humano (pelo menos de três deles) de derrubar muros e construir pontes." - humberto gessinger, 1990.

quem me ouve falar de humberto gessinger e seus engenheiros do hawaii até acredita que eu fui criada ao som desses portoalegrenses quando, na verdade, apesar da banda estar aí desde 1985 - ano em que eu, ana fonseca, vim ao mundo -, meu primeiro contato real foi por volta de 1996/7.

vou ser sincera: achei chato. sabe, tudo que dizem por aí sobre a tal da "filosofia gessingeriana"? pois bem, achei chato e complicado. achei, que para uma pessoa de onze/doze anos de idade, aquilo tudo era um grande "blá blá blá" de gente que não tinha o que fazer e queria mesmo era reclamar. achei chato sim! não entendi o propósito, nem me esforcei para entender.

enquanto isso, meu irmão - que, pasmem, é mais novo que eu - já começava a colecionar os álbuns e a fazer suas próprias interpretações das letras. e, acredito eu, foi com mais uns três ou quatro anos nas costas que eu parei e pensei: "meu irmão mais novo gosta e entende, por que será que eu não posso também?".

aí iniciou-se a "era gessinger" em minha vida. assim como os cristãos estudam religiosamente a bíblia, os muçulmanos têm seu alcorão, estudantes de filosofia vão dos pré-socráticos aos alemães (e muito mais!), eu resolvi me diplomar na arte de compreender, absorver e disseminar a filosofia gessingeriana. e, até o presente momento, não ando mal das pernas!

mas tudo isso acima é para dizer que... eles voltaram! sim, após dois ou três anos longe dos palcos cariocas, os "piás" lançam o novo álbum "novos horizontes" e visitam a cidade maravilhosa com um show agendado para o feriado de 7 de setembro, no canecão petrobrás.

imaginem, então, como os meus olhos brilharam com essa notícia! aposto que você aí, estudante de filosofia e admirador de platão (eu espero, sinceramente, que exista gente assim!), ia ficar muito feliz se pudesse ver o cara em carne e osso falando sobre as coisas que você acredita e que aprendeu com ele. é ou não é? o caso é o mesmo.

são vinte e dois anos de estrada dos enghaw - apelido carinhoso dos fãs - e vinte e dois anos da minha própria estrada que, nem sempre, teve essa banda como trilha sonora mas, atualmente, faz muito sentido que tenha. afinal, há metáfora melhor para vida que "infinita highway"? é ou não a vida essa grande estrada cheia de placas que devemos percorrer? me perdoem a falta de imparcialidade (aliás, quando alguém resolveu dizer que jornalista deveria ser imparcial, mentiu para todos vocês), mas é genial. é simplesmente genial!

e, coroando essa genialidade toda, vem "agágê" ao rio mostrar aos fãs o último trabalho. esse consiste num outro acústico. sim, outro álbum no formato acústico, trazendo versões de sucessos como "novos horizontes" - que rende o título ao álbum e é faixa original do álbum " 10.000 destinos" -, "toda forma de poder" - um clássico de 1986, que está no primeiro álbum "longe demais das capitais", "parabólica" - canção graciosa composta por paizão humberto para a filha clara, em 1992, que, aliás, repete a dose da cantoria como no "acústico mtv" de 2004 -, entre outras e, é claro, algumas inéditas porque esse cara nunca pára de produzir.

algumas das faixas inéditas estão disponíveis no website da banda: http://www.engenheirosdohawaii.com.br, bem como o release do álbum escrito por gessinger. se vocês gostam do som, recomendo conferir!

e, depois de visitar o site, conferir o álbum - que deve estar se espalhando pelo brasil e, por que não, pelo mundo - no próximo dia 21 de agosto -, fica a dica da única apresentação. mantenham a data na memória, caros companheiros enghawaianos cariocas: 7 de setembro, sexta-feira.




SERVIÇO:
engenheiros do hawaii na tour do álbum "novos horizontes"
data: 7 de setembro, sexta-feira
local: canecão petrobrás (av. venceslau brás, 215 - botafogo)
horário: 22 hrs (a casa abre às 20 hrs)
preços:
setor a 90,00
setor b 80,00
setor c 70,00
frisa lateral 60,00
frisa central 90,00
balcão nobre 80,00
mezanino 70,00
camarote 200,00
poltrona (par) 60,00
poltrona (ímpar) 20,00

o canecão oferece o recurso da meia entrada nos seguintes casos:
* estudantes (carteira de estudande na validade; carteira de identidade; comprovante de pagamento)
* idosos (carteira de identidade)
* deficientes físicos (caso não visível, apresentar laudo ou carteira de deficiente)
* professores da rede municipal da cidade do rio de janeiro (contra-cheque + carteira funcional + identidade)
* menores de 21 anos (identidade)
todos deverão apresentar os documentos originais exigidos

[ mais informações: http://www.canecaopetrobras.com.br ]

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

lembrem-se do rei: 30 anos sem elvis presley.

nada como inaugurar um blog musical com o assunto da semana: 30 anos sem o rei. a seguir, duas crônicas que homenageiam e mostram o quão presente elvis aaron presley está, até hoje, em nossas vidas. aproveitem!


Elvis não morreu... Está mais vivo do que eu!
(por Carla Rosa)


The warden threw a party in the county jail.
The prison band was there and they began to wail.
The band was jumpin' and the joint began to swing.
You should've heard those knocked out jailbirds sing.
Let's rock, everybody, let's rock.
Everybody in the whole cell block
Was dancin' to the Jailhouse Rock.


Vossa Majestade saiu da mira dos holofotes há exatos 30 anos! E eu nem era nascida... Elvis, o cara, ficou conhecido por quebrar barreiras: um branco cantando música de negros... Peraí, essa história eu conheço! Vide 8 miles- Rua das Ilusões... Mas não é por aí.

Elvis Presley, o Rei do Rock! Este humilde blog tentará prestar uma homenagem ao homem que remexia a pélvis e criava muita polêmica. Bom, os da minha geração não vêem nada de mais em remexer uma pélvis, já que fomos apresentados a um novo meio de se utilizar uma garrafa e um “tchan” não é apenas uma expressão inocente.

Em vez de falar sobre sua vida e sua obra, preferimos falar de Elvis de um jeito mais particular. O título faz uma referência a uma das teorias mais comentadas: Elvis não morreu. Acreditar ou não, cada um é livre para tirar suas conclusões. Mas como adoramos uma boa teoria da conspiração, temos tendência a acreditar.

Meu primeiro contato com Elvis foi através da Sra. Martha Generic. Quem é essa dona? A mãe do Bobby, de O Fantástico Mundo de Bobby. Via de manhã, antes de ir para a escola. Ela acreditava piamente que Elvis estava vivo e tinha esperanças de se encontrar com ele. Se ela encontrou, eu não sei. Mas eu tenho certeza de que o Bobby viu!

Topete, umas boas costeletas e uma roupa de couro apertada... Uma imagem clássica de Elvis. Na minha inocência (infância), já foi símbolo de John Travolta. Grease- Nos tempos da brilhantina. U- hu- hu, Honey! Desculpe, irei me controlar. Bom, pelo menos ele rebolava bem e também ficava chamando a Kirstie Alley de Priscila naquele filme dos bebês que falavam. Depois teve aquele filme em que cachorros também falavam... Hoje, sabe Deus quem mais pode falar...

Falando do Rei, temos que falar também de seu santuário: Graceland. A “Meca” dos adoradores de Elvis. Milhares de fãs peregrinam até Memphis para ter um contato, quase que espiritual, com o seu ídolo. Graceland... A casa do Rei do Rock... Sinônimo de adoração... Isso me faz lembrar Neverland... A casa do Rei do Pop... Sinônimo de... Deixa pra lá!

Elvis é uma figura bem democrática. Tanto gordos, quanto magros podem imitá-lo. Que maravilha! Apesar de muitos tentarem, o único que eu vi e que conseguiu balançar meu coração, me fazendo exclamar “Esse é o cara!”, chama-se Sticht. É sério! Aquele “trequinho” A-R-R-E-B-E-N-T-A! Naquela cena da praia... Um clássico. Pena que ele se descontrola com os flashes e ataca os fotógrafos. Bem, celebridade hoje em dia é assim mesmo. Dizem que é tudo culpa da mídia... Eu só tenho pena de quem estuda Comunicação...

Muitos se lembram do comercial com a música A Little Less Conversation. Com uma nova roupagem, a música ficou sensacional. Na parte do “Come on, Come on”, já ouvi gente cantando “Com a mão, Com a mão”... Enfim, desde o lançamento do comercial, Elvis vem faturando alto. É figura fácil no topo do ranking da Forbes, na categoria dos que já partiram e continuam faturando. A maioria de nós, vivos até que se prove o contrario, precisaria morrer quantas vezes para conseguir tal feito?... Por enquanto, a gente só se “forbes” mesmo...

Ouvi dizer que o rei tinha poderes mediúnicos e que morreu de desgosto ao ter uma visão. Elvis teria previsto que sua pequena Lisa Marie se casaria com Michael Jackson. Uma teoria a se considerar... Mas como Elvis ganha milhões e milhões todo ano e está presente em vários segmentos da cultura mundial, quem é capaz de afirmar que ele está morto?

Só sei que durante esta reflexão sobre Elvis, descobrimos o seu segredo. O fascínio que ele sempre provocou nos fãs, que é passado de geração a geração, é fruto de hipnose. Com sua voz grave e penetrante, ele cantava para que suas fãs repetissem:

You were always on my mind…
You were always on my mind…


Muito esperto! Por isso, é rei...


~.~.~.~.~


hei, rei... you were always on my mind.
(por ana fonseca)


quando eu nasci, esse cara já tinha oito anos de falecimento. até que eu pudesse, mais ou menos, aprender a andar e comer sozinha, eram dez anos. quando eu comecei a perceber que tinha algum discernimento musical, iam-se vinte anos. hoje, eu com vinte e dois anos, vão-se trinta anos sem elvis "the pelvis" presley.

a minha primeira lembrança é de um rei gordo, bonachão, um papai noel em roupas extravagantes cheias de brilho cantando o hino religioso "bridge over troubled waters" mas, segundo meu pai, enquanto eu boiava tranqüila no líqüido amniótico, eu já ensaiava meus primeiros passinhos ao som de "blue suede shoes".

pro meu pai, esse cara era mais ou menos como o roberto carlos é pra mim hoje: clichê, brega, acabado porém com dias de glória memoráveis. porque, quando meu pai tinha idade e cabeça pra ouvir, entender, apreciar elvis "prego", como ele gosta de chamar, nosso rei já estava nos milk shakes de dose dupla de whisky, ou seja, nas últimas. o que não impediu que o senhor paulo roberto passasse, de alguma forma, elvis por debaixo da minha porta me fazendo gostar de "burning love", "a little less conversation", "silvia", "(let me be you) teddy bear", entre outras.

em 2006, elvis embalou a noitada comemorativa de vinte e dois anos de uma amiga. pusemos as saionas rodadas, os laçarotes no cabelo e dançamos o "jailhouse rock" até amanhecer lembrando dos bailes das épocas remotas que não vivemos.

hoje, esse carinha do mississipi (aham, ele não era de memphis/tenessee não! embora "graceland" seja lá.) é cultura pop. todo tipo de memorabilia elviniana se encontra até nas mãos de quem não tem muita idéia do quanto ele foi importante pra música e pro mundo. eu tenho uma handbag charmosíssima (phillippe martin), assim como eu já vi muita gente com camisetas estampadas com essa famosa silhueta.

no pc do estágio, discografia completa. no carro, o cd "elvis #1". na tevê, referências em desenhos como "o fantástico mundo de bobby" (a personagem martha generic era fã alucinada do rei) ou em documentários que exploram a possibilidade de que ele tenha forjado a própria morte.

a verdade é que elvis está na vida de todos. e se john lennon disse, uma vez, que ele era mais famoso que jesus cristo, com certeza foi pensando em não dizer que era mais famoso que elvis presley porque isso sim seria impossível.

hei, rei. são trinta anos sem a sua ilustre presença nos holofotes. mas são trinta anos em que você não foi, nem por um segundo, esquecido pelos fãs e por pessoas que aprenderam a apreciar mesmo sem ter podido conhecê-lo "vivo", como eu. e isso, meu caro, é que é ser eterno.


let's rock, everybody, let's rock
everybody in the whole cell block
was dancin' to the jailhouse rock

[jailhouse rock - elvis presley]







imagens: google imagens.